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URSAL é a sigla da União das Repúblicas Socialistas da América Latina



URSAL é a sigla da União das Repúblicas Socialistas da América Latina, também conhecida por “Pátria Grande”, entidade todavia inexistente, que estaria em construção e que teria por objetivo a criação de um bloco latino-americano de repúblicas socialistas. Reza a lenda que a formação do bloco seria gradual iniciando-se com a ampliação do Mercosul, seguida pela ALBA - Comunidade Sul-Americana de Nações até que seu objetivo final fosse atigido.

Trata-se de uma teoria assídua entre setores conservadores da direita brasileira e que, segundo essa corrente, teria surgido no primeiro encontro do Foro de São Paulo, realizado na cidade de São Paulo no dia 4 de julho de 1990 e cuja ata, em seus três últimos parágrafos, diz:

“Mas também definimos aqui, em contraposição com a proposta de integração sob domínio imperialista, as bases de um novo conceito de unidade e integração continental. Ela passa pela reafirmação da soberania e auto-determinação da América Latina e de nossas nações, pela plena recuperação de nossa identidade cultural e histórica e pelo impulso à solidariedade internacionalista de nossos povos. Ela supõe defender o patrimônio latino-americano, pôr fim à fuga e exportação de capitais do sub-continente, encarar conjunta e unitariamente o flagelo da impagável dívida externa e a adoção de políticas econômicas em benefício das maiorias, capazes de combater a situação de miséria em que vivem milhões de latino-americanos. Ela exige, finalmente, um compromisso ativo com a vigência dos direitos humanos e com a democracia e a soberania popular como valores estratégicos, colocando as forças de esquerda, socialistas e progressistas frente ao desafio de renovar constantemente seu pensamento e sua ação.

Neste marco, renovamos hoje nossos projetos de esquerda e socialistas, nossos compromissos são a conquista do pão, a beleza e a alegria, o afã de conquistar a soberania econômica e política de nossos povos e a primazia de valores sociais, baseados na solidariedade. Declaramos nossa plena confiança em nossos povos, que mobilizados, organizados e conscientes forjarão, conquistarão e defenderão um poder que torne real a justiça, a democracia e a liberdade verdadeiras.

Aprendemos com os erros cometidos, assim como com as vitórias. Armados de um inegociável compromisso com a verdade e com a causa de nossos povos e nações nos lançamos à marcha, seguros de que o espaço que agora abrimos será preenchido junto à demais agrupações da esquerda latino-americana e caribenha com novos esforços de intercâmbio e de unidade de ação como alicerces de uma América Latina livre, justa e soberana.”

Tal suposto projeto, a URSAL, que estaria restrito aos mais esclarecidos politicamente, tornou-se conhecido do grande público ao ser citado no debate presidencial levado ao ar pela Rede Bandeirantes na noite do dia 9 de agosto de 2018, pelo candidato Cabo Daciolo, que dirigindo-se ao candidato Ciro Gomes disse: “O senhor é um dos fundadores do Foro de São Paulo. O que o senhor pode falar aqui à Nação Brasileira sobre o Plano Ursal?”. Ao que Ciro Gomes respondeu “Eu não sei o que é isso, não fui fundador do Foro de São Paulo e acho que tá respondido”

No dia seguinte ao debate, sexta-feira, 10 de agosto, o assunto esteve no topo dos mais comentados do Twitter, com mais de 25 mil menções. Neste mesmo dia, a candidata a vice-presidente na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (o qual não participou do debate), Manuela D'Ávila, em tom de galhofa viajou a Buenos Aires para encontrar-se com o ex-presidente do Uruguai, José Mojica, e convidá-lo a ser o presidente da nova entidade. Mojica aceitou o convite e Manuela se tornou a vice-presiden

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