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Bilionário da internet compra jornal símbolo do jornalismo investigativo

Um dos maiores símbolos do jornalismo investigativo foi vendido nesta segunda-feira (5) para um milionário da internet. Perdendo anunciantes e dinheiro, o jornal Washington Post, dos Estados Unidos, pertence agora ao fundador da Amazon, uma gigante da internet.
Os US$ 250 milhões sairão da fortuna do bilionário da internet, Jeff Bezos. Em uma carta dirigida aos funcionários do Washington Post, ele garantiu que "irá manter os valores do jornal" e lembrou a importância do "papel crítico do jornalismo numa sociedade livre".
Em outra carta, o executivo-chefe do jornal, Donald Graham, explicou que um dos motivos da venda foram as seguidas quedas das receitas. Assim como outros jornais, o Washington Post vem sofrendo com a concorrência das novas tecnologias. Em 2009, a empresa fechou os escritórios em Nova York, Chicago e Los Angeles.
O negócio reforça o poder das gigantes da internet, como a Amazon, embora a empresa não tenha participação na compra.
Fundado em 1877 e controlado há 80 anos pela mesma família, o Washington Post se tornou uma das publicações de maior prestígio nos Estados Unidos e no mundo graças a grandes reportagens e furos exclusivos. Alguns tiveram papel decisivo na história dos Estados Unidos.
O caso mais conhecido foi a serie de reportagens do caso Watergate em 1972, um marco no jornalismo investigativo. Os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, com a ajuda de uma fonte conhecida como Garganta Profunda, estabeleceram as ligações entre a Casa Branca e a instalação de escutas ilegais num escritório do Partido Democrata. Dois anos depois, pressionado pelo escândalo, o presidente Richard Nixon renunciou. Recentemente, o jornal foi um dos primeiros jornais a publicar as revelações de Edawrd Snowden sobre os programas secretos de espionagem do governo americano.
O Washington Post é o último grande jornal americano a trocar de dono em resposta à crise de receita.

Globo

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